Com 40 mil nas bancadas da Luz, o Benfica apresentou-se aos sócios
encarnados e pode dizer-se que estes puderam ver duas faces da mesma
equipa. Uma primeira parte muito fraca e um segundo tempo num nível a
fazer lembrar o do carrossel da época passada.
Começou em ritmo baixo o jogo e o Benfica demorou a tomar a
iniciativa. Aos 11’ surgiu o primeiro remate, da autoria de Carlos
Martins, depois de se ter desembaraçado de três monegascos. O Benfica
tornou-se mais ofensivo e de seguida foi a vez de Saviola experimentar
alvejar a baliza de Ruffier.
O Benfica mandava na partida, mas o ritmo foi sempre lento e sem
grande vivacidade. Contudo, foi nessa toada mais morna que o Benfica
chegou à vantagem: canto da esquerda e Airton a surgir no segundo poste e
a fuzilar de cabeça.
Reagiu o Mónaco com uma bola no poste e já perto dos primeiros 45
os franceses conseguiram mesmo o empate. Carlos Martins perdeu a bola no
meio-campo, Airton não conseguiu o corte e, perante Roberto, Sagbo
deixou novamente o espanhol mal na fotografia, já que hesitou e muito na
hora de sair da baliza.
O Benfica perdeu o norte e já em tempo de compensação o Mónaco
virou o resultado. Numa jogada de contra-ataque, os franceses apareceram
em superioridade na área encarnada e a culminar uma primeira parte
desastrosa César Peixoto cometeu pénalti e ofereceu o 2-1 a Mongongu.
O Benfica regressou para o segundo tempo com Javi Garcia, Fábio
Coentrão e Júlio César na baliza e não se fizeram esperar os efeitos da
mudança. O público aplaudiu efusivamente as primeiras intervenções do
guarda-redes brasileiro e Aimar foi na onda e fez um golo
extraordinário. Progrediu do meio-campo para a baliza e já com a baliza à
vista disparou forte ao ângulo da baliza de Ruffier. Sem hipótese para o
francês e estava refeito o empate.
O Benfica estava mudado e mais mudou com a entrada de Cardozo, para
fazer companhia em Kardec. Jorge Jesus acertou em cheio e ao fim de 30
segundos já Cardozo festejava a reviravolta no marcador.
Fábio Coentrão mostrou que não desaprendeu com as férias depois do
Mundial da África do Sul e arrancou pela esquerda, meteu na área
direitinho para o pé esquerdo de Cardozo e o Tacuara só teve de encostar
e festejar o primeiro da época no Estádio da Luz.
O Benfica tranquilizou-se e Jorge Jesus deu início às trocas
típicas de um jogo de apresentação. Com tantas substituições o Benfica
abandonou a toada ofensiva, mas ficaram as boas indicações de Gaitán
(tão ou mais dotado do que Di Maria), a excelente forma de Fábio
Coentrão e a consistência de Ruben Amorim. Pela negativa, notas muito
fracas para César Peixoto e para Roberto, que fica mais uma vez ligado
ao primeiro golo do Mónaco e nem chegou a entrar para a segunda parte.
Momentos do jogo: