Cinquenta quilómetros para um lado, 50 quilómetros para o outro. É esta a vida da equipa de râguebi do Atlético Clube Marinhense (ACM) que, por falta de espaços no concelho da Marinha Grande, se vê obrigada a fazer do Complexo Desportivo de Caldas da Rainha o seu campo oficial de jogos para o campeonato.
É já no próximo sábado que se inicia a Zona Centro da 2ª Divisão de râguebi e o Marinhense começa por receber nas Caldas da Rainha, pois claro, o Instituto Politécnico de Tomar. A temporada que agora se inicia é a segunda em que o râguebi do ACM participa na 2ª Divisão e será também a segunda em que não tem casa própria. A modalidade, com cinco anos no clube, dá os primeiros passos, mas as dificuldades são grandes, nada que uma “direcção cheia de vontade trabalhar” não consiga ultrapassar, garante o director Nuno Costa. E até o contratempo de terem de fazer as placagens e os ensaios a longa distância de casa é encarado pelo lado positivo, pois irão “jogar num dos melhores recintos do Pais”.
A falta de espaços que a autarquia da Marinha Grande disponibiliza para o râguebi faz diminuir a paixão
pelo jogo nem o entusiasmo em levar o nome do ACM “mais longe”. A questão dos treinos é mesmo a mais problemática, pois a secção encontra grandes dificuldades em encontrar locais para a preparação
da equipa. A equipa tem utilizado, para a realização dos treinos, os espaços relvados adjacentes à piscina
municipal de Leiria, às quartas- feiras, a partir das 20:15 horas, e o pelado da colectividade da Comeira, na Marinha Grande, às segundas e quintas, também às 20:15 horas. “Estamos a tentar que, pelo menos para uma vez por semana, a autarquia nos ceda um dos relvados municipais”, diz Nuno Costa. Esse pedido é algo que o dirigente considera “mais do que justo”. “Participamos numa prova federada pelo que deveríamos ter
direito a pelo menos uma utilização do espaço municipal por semana.

Miguel Sampaio - Jornal de Leiria