Torneio Internacional de Leiria - Ricardo Graça
O Atlético Clube da Sismaria terminou na quarta posição do Torneio Cidade de Leiria em andebol,
que decorreu no fim-de-semana no pavilhão da Gândara.
Tudo normal, até porque pela frente estavam três das maiores potências da modalidade. Agora
importa saber se, afinal de contas, Leiria pode aspirar a andar entre os ‘gigantes’ do andebol nacional.
O treinador, Pedro Violante, mostrou-se “satisfeito” com o que observou ao longo da competição. “Foi excelente, não só do ponto vista desportivo, mas também de toda a envolvente do torneio.” A Sismaria jogou primeiro como o Sporting e perdeu por seis (28-22). Já no domingo, frente ao Benfica, o resultado foi mais desequilibrado (37-16). “Fizemos dois jogos muito exigentes, como é fácil de depreender, e se no primeiro respondemos bem, jogando nos limites, no domingo fizemo-lo apenas em 20 minutos.
A fadiga acumulada e a imponência da equipa do Benfica trouxeram-nos muitas dificuldades.” Pedro Violante considera ter sido “uma extraordinária experiência”. “Sentimo-nos bem entre os melhores. Fica água na boca”, garante, apesar de ter consciência
das distâncias. “São, de facto, grandes. Contudo, fica a certeza que com um pouco mais de
recursos estariamos certamente ao nivel da segunda metade da tabela da 1ª Divisão.”
A competição, onde Leiria pôde ver três dos seus filhos pródigos - Pedro Portela (Sporting), João
Ferreirinho (Benfica) e Jorge Rito, o treinador do ABC que no final do evento recebeu o Prémio Carreira
- foi ganha pelo Sporting, que bateu na final o ABC de Braga, por 22-19. Em terceiro ficou
o Benfica, eliminado na meia-final pelos bracarenses num jogo resolvido no desempate através
da marcação de livres de 7 metros.

CONTRA E A FAVOR

Mas afinal, o que é que a Sismaria tem e o que é que lhe falta para poder chegar a curto/médio
prazo ao topo? Para Pedro Violante, o mais importante está no trabalho com os mais novos. “A formação faz um trajecto de discussão dos titulos, mas mais tarde não conseguimos fixar os atletas, quer por irem para universidade, quer pelas abordagens dos clubes grandes.” Por isso, é necessário “encontrar argumentos
para fixar alguns, pois nem todos vão estudar”, até porque apoio não falta. “A Sismaria tem uma base social superior à de clubes da 1ª Divisão”, garante o treinador.
Por outro lado, se “sob ponto de vista do treino foram dados passos muito relevantes neste ano e meio de equipa sénior”, a verdade é que “no que diz respeito à capacidade de investimento o percurso tem sido mais
lento.“Se a esta base de atletas juntássemos dois ou três reforços de topo estaríamos muito á vontade nessa prova”, diz Pedro Violante. Por isso, Álvaro Campos não tem dúvidas: “temos estrutura humana para trabalhar, falta-nos mais apoios das entidades oficiais e das empresas”. “A crise não ajuda, mas o que nos falta é apenas mais investimento. Mas isso não se pode fazer sem responsabilidade. Só gastamos o que podemos.“

Notícia - Jornal de Leiria