Juventude do Lis - Foto: Ricardo Graça
A prestação da equipa feminina de andebol da Juventude do Lis nas competições europeias tem sido irrepreensível e sábado, na Turquia, frente ao Muratpasa Belediyesi Spor Külübü, disputam a primeira mão dos oitavos-de-final da Challenge Cup, já depois de terem deixado para trás
gregas, inglesas e letãs. Uma presença nesta fase da prova é, inédita, meritória, motivadora e prestigiante para uma equipa que nunca antes tinha ultrapassado uma ronda na Europa, mas custa 17 mil euros ao clube de Leiria. Solução? As atletas meteram mãos à obra e decidiram organizar festas, jantares-convívio, sorteios...
“Elas são umas raparigas bem formadas que perceberam como está difícil a situação e mobilizaram-se por iniciativa própria para ajudarem o clube.” A presidente Célia Afra está orgulhosa das suas atletas, que tudo fazem para minimizar os estragos que esta participação causa nas finanças da Juventude do Lis.
A viagem da comitiva até à Turquia custa 8 mil euros. Até aqui, tudo normal. Onde se gastam, então, os outros 9 mil? Em casa! É que segundo as regras da Federação Europeia de Andebol (EHF), é o clube anfitrião o responsável por todas as despesas com árbitros, delegados e equipa adversária. É, pois, a Juve que tem de pagar os bilhetes de avião para os juizes italianos e para o delegado suíço, que ainda recebem uma diária e prémio de jogo. Depois, têm de ir buscá-los e levá-los ao aeroporto, tal como à equipa turca, sendo ainda responsável pela alimentação, transporte e alojamento de todas estas pessoas enquanto estiverem em Portugal.
Para Célia Afra, é uma despesa grande, mas ”claro que vale a pena”. “Aumenta os índices de motivação e o espírito da equipa”, além, do “prestígio” que o clube granjeia. E se chegaram a esta fase adiantada da prova é porque mereceram. Só que faltam os apoios. A Junta de Freguesia de Pousos deu a contribuição que pôde. Enquanto esperam por saber qual a verba cedida pela Câmara de Leiria, as atletas, proactivas, foram à procura de dinheiro. E, claro, as famílias também ajudaram.


Miguel Sampaio  - Jornal de Leiria